Do Cookie Truck à Nossa Primeira Loja: Um Ideal Construído do Zero

Eu não sabia bem por onde começar. Enquanto preparava os meus doces na minha pequena cozinha, só pensava em três palavras: Evoluir. Crescer. Avançar...

Comecei esta jornada com massas de bolacha em pequenas quantidades, feitas em casa. Hoje, olhando para trás, vejo que realmente fiz este projeto crescer. Mas o meu objetivo continua o mesmo: ir sempre mais além.

Ao longo de um ano, percebi que fazer doces era apenas uma pequena parte disto tudo. Cada problema trouxe um novo aprendizado. Às vezes, nem conseguia aprender e pagava o preço. Perdi clientes. Perdi dinheiro. Mas cada experiência levou-me até onde estou agora.

E agora... a verdadeira história está prestes a começar.

Começar com um Cookie Truck

Quis começar com um passo pequeno, mas marcante: um cookie truck. A minha ideia era estar num local central, ser aquela carrinha fofa onde toda a gente passa pelo menos uma vez.

Há cerca de cinco meses começámos a procurar o reboque ideal. Depois de muita pesquisa, o meu marido encontrou uma empresa. Mas rapidamente percebemos que encontrar o reboque era apenas o primeiro passo — o verdadeiro desafio era encontrar um lugar para estar.

Fizemos mais de 30 candidaturas para diferentes locais. Algumas tiveram resposta positiva, outras negativa, mas a maioria... simplesmente não respondeu. Ainda hoje sinto um aperto no estômago ao lembrar o stress daqueles dias.

Enquanto isso, candidatámo-nos ao Festival de São João, com a esperança de que o reboque estivesse pronto a tempo. Mas o reboque não chegou. Nem sequer recebemos uma atualização da empresa. No nosso pitch, o cookie truck era apenas um projeto no papel. Como devem imaginar, a nossa candidatura foi rejeitada.

Dias depois, ao passear pelo centro da cidade, vi as ruas cheias de bancas. E confesso... doeu. Para alguém que esperou semanas por uma resposta e não recebeu nada, ver outros negócios instalados foi um verdadeiro balde de água fria.

Conseguimos o Lugar. Mas… e o Truck?

Como é que conseguimos o nosso lugar, então?

Foi simples. Contactámos diretamente uma responsável. O meu marido explicou o nosso projeto, quem somos e o quanto queríamos fazer isto acontecer. A responsável pediu para rever a nossa apresentação e disse que ia avaliar a possibilidade. Mas terminou com um aviso:

"Não criem expectativas."

Pois... nós já tínhamos criado. 😊

Recebemos a boa notícia e assinámos o contrato. Mas… adivinhem o que ainda não tínhamos?

O Cookie Truck.

Entretanto, recebemos resposta de outro local, para depois do festival, e fomos convidados para uma reunião. Mas continuávamos sem truck. (Já volto a este assunto mais à frente.)

Um Começo Sem Preparação, Um Fim Cheio de Aprendizagens

Apesar de algum atraso, conseguimos finalmente instalar-nos na rua, mesmo antes do fim de semana do festival. Não tínhamos água. Não tínhamos eletricidade. E, sinceramente, não tínhamos quase preparação nenhuma. Mas não queríamos perder aquela oportunidade. E estávamos tão entusiasmados, que decidimos começar logo.

Tudo era novo para nós. Tudo dava erro. Mas fomos aprendendo.

Fomos avançando aos poucos, resolvendo problema por problema, ajustando o sistema.

Talvez devêssemos ter dito “ainda não estamos prontos”. Mas a verdade é que nunca há um momento em que se está 100% pronto.

Começámos. E foi ali que aprendemos.

Para Continuar

Hoje, quando olho para trás, percebo que as coisas não aconteceram no tempo que eu queria. Mas talvez tenham acontecido no tempo certo.

Este projeto nunca foi um sonho distante.

Pode parecer um sonho, mas não é. É o meu ideal. Algo pelo qual trabalhei, planeei e fui construindo passo a passo.

Por isso, isto não é algo “para um dia”.

É algo que está a acontecer agora.

Começámos com o cookie truck, mas ele próprio nos mostrou que era preciso dar um passo ainda maior. Trabalhar num espaço provisório, com recursos limitados, foi importante — mas não suficiente.

Todas as falhas, limitações e aprendizagens mostraram-nos claramente uma coisa: precisávamos de um espaço nosso. Fixo. Real. Completo.

E assim surgiu a ideia da loja. Não foi algo que sonhámos de repente.

Foi algo que o caminho exigiu.

No próximo texto, vou contar como encontrámos o espaço, como o desenhámos, o que aprendemos durante o processo e tudo o que aconteceu nos bastidores do dia da inauguração.

Porque encontrar o nosso lugar... foi onde a verdadeira luta começou.